sexta-feira, 5 de novembro de 2010

pastor Renê Terra Nova é “desmascarado” ao ensinar até mensagens subliminares a pastores para fazer fiéis votarem em Serra



Apóstolo Renê Terra Nova é “desmascarado” ao ensinar até mensagens subliminares a pastores para fazer fiéis votarem em Serra
“Quem aqui já ganhou uma pessoa pra Jesus? Fala sério. Pelo menos uma. Ora, se a gente conseguiu tirar alguém da mão do diabo, não é possível que a Dilma seja pior do que o diabo (risos). A gente convence”.
Difícil encontrar uma ocasião que mais simbolize a mistura de política e religião que tomou conta do segundo turno da eleição presidencial do que a ocorrida na quarta-feira, 21, na Comunidade Cristã El Shaddai, igreja evangélica localizada no bairro Ipiranga, na capital paulista.
A convocação urgente – endereçada em convite eletrônico a pastores batizados de “Generais de Guerra” – é um caso exemplar de como o segmento religioso entrou de corpo e alma na campanha à Presidência que termina domingo.
Campanha que se viu, de repente, enredada em temas tabus como aborto, união civil de homossexuais, descriminalização das drogas e mostrou a força de um grupo de interesse. Dos bispos da Igreja Católica e seus panfletos distribuídos na saída das missas à mobilização dos evangélicos pela internet, os líderes religiosos tiveram o senso de oportunidade de aproveitar o momento.
É o caso de Renê Terra Nova. Apoiador de Marina Silva (PV), ele embarcou de Bíblia e notebook em seu avião – um Falcon 010, comprado no ano passado – para fazer campanha país afora para José Serra (PSDB) no segundo turno. Tomou para si a tarefa de empreender uma grande cruzada pelo tucano, como fizera para a candidata do PV.
Conhecido o resultado das urnas, no domingo, 3, Terra Nova conta que conversou com Marina Silva por telefone e, em seguida, se apresentou às hostes do PSDB. Na primeira semana do primeiro turno, teve uma reunião em Brasília com Mônica Serra, mulher do presidenciável, e com o candidato a vice da chapa, Indio da Costa. Desde então, passou a gastar dinheiro do próprio bolso em viagens com finalidade exclusivamente política. Garante não ter pedido nada em troca: nenhum cargo, verba para projeto de assistência social, ou concessão de rádio ou TV. “Sou um oferecido”, diz, numa declaração de desprendimento que não corresponde ao seu comportamento.
Renê Terra Nova tem um estilo personalista. No encontro em São Paulo, os pastores sob sua influência o esperaram por mais de duas horas até que ele chegasse num Toyota CR-Z, ano 2010, cercado por assessores. No local, o estande da Semente de Vida, editora que publica alguns de seus mais de 100 títulos, exibia um grande banner com a foto do líder.
Na reunião política, Renê Terra Nova ensinou diversos truques para driblar a legislação eleitoral e enviar mensagens subliminares de apoio a José Serra durante as pregações nos cultos (leia abaixo). O apóstolo ressaltou muito a importância da internet como uma “ferramenta poderosa” de persuasão fora do púlpito.
“Correio eletrônico, You Tube, Facebook, Twitter, e-mails, MSN, se vire nos 30. Começe a mandar informações”, ordenou a seus pastores, depois de se vangloriar de ter 14 mil seguidores no Twitter, mas não seguir ninguém.




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